A Polícia Militar do Espírito Santo (PMES) celebrou contrato com a empresa israelense Cognyte Software pelo custo de R$ 12.100.000,00. A informação foi revelada nesta segunda-feira (23), pelo programa “Estudio i” da “GloboNews”, e foi confirmada pela Rede Notícia. Por nota, a Polícia Militar capixaba informou que “o contrato com a empresa Cognyte se destinou a adquirir solução de inteligência tática que não possui capacidade de afastar o sigilo de comunicações telefônicas ou telemáticas”.
A Cognyte Software é dona do First Mile, sistema que segundo a Polícia Federal (PF), teria sido usado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para espionar e monitorar juízes, jornalistas e opositores políticos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo a PF, para contratar a ferramenta espiã, a Abin se comprometeu a respeitar uma condição imposta pela fabricante do sistema, a empresa israelense Cognyte: não poderia monitorar cidadãos israelenses e americanos.
Procurada pela reportagem, a Policia Militar do Espírito Santo informou que suas operações de inteligência “são realizadas mediante a supervisão do Ministério Público e em total alinhamento com a legislação vigente, em especial a Constituição Federal/88”. Informou ainda que “todas estas operações são realizadas mediante Procedimento Investigativo Criminal do MP, visando exclusivamente o combate às organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas, armas e munições; a lavagem de dinheiro e também a captura de criminosos com mandados de prisão. Reforçando sempre que as ações somente são executadas mediante a competente autorização judicial. A PMES esclarece que não possui a solução tecnológica mencionada, FirstMile, que segundo a imprensa teria sido utilizada de forma irregular pela ABIN”, disse a PM, por nota.