A enfermeira veneciana, Géssica de Sá Soto, 31 anos, foi absolvida em uma ação penal movida pelo Ministério Público Estadual, que a imputava crimes de denunciação caluniosa e corrupção ativa de testemunhas. A decisão foi do juiz Ivo Nascimento Barbosa, em 25 de maio de 2022.
De acordo com a advogada Jaqueline Cazoti dos Santos, na denunciação caluniosa, Géssica recebeu absolvição sumária. “Antes do processo ser instruído, antes da realização da audiência de instrução e julgamento referente ao delito do artigo 329, ela foi absolvida de plano. Para caracterizar esse crime, era necessário ter se formado um inquérito em desfavor da pessoa que ela atribuiu determinada conduta”.
Já referente ao delito de corrupção ativa de testemunhas, a advogada afirmou que o Ministério Público, na denúncia, teria dito que Géssica havia prometido vantagens econômicas, valores pecuniários e viagens para que as testemunhas depusessem a seu favor durante a persecução penal. “Durante esse processo, também ficou caracterizado que ela não ofereceu nenhuma vantagem econômica. Nós vemos uma mulher frágil, uma enfermeira, que cuida de pessoas, cuida de gente, que foi covardemente agredida e ao procurar a justiça, ainda se viu denunciada. É uma situação surreal, fora da realidade, onde ela foi duplamente punida: primeiro, por ter sido vítima, e segundo, por ter que provar na justiça a sua inocência”, falou Jaqueline.
Quase um ano depois, a enfermeira decidiu quebrar o silêncio e falar sobre a decisão. “Eu sempre estive muito tranquila em relação a acusação, pois foi algo que nunca cometi, porém, triste, porque você deixa de ser vítima para virar réu. Eu me senti desprotegida, desrespeitada, um órgão que deveria proteger suas vítimas, me colocar em situação como essa, é muito triste, inversão de valores. As pessoas faziam comentários e julgamentos maldosos sem ao menos me conhecer, tudo com base no achismo, e hoje, após a decisão, me sinto aliviada. Isso afirma ainda mais sobre minha índole e meu caráter”, concluiu Géssica.
