É grave o estado de saúde do homem de 60 anos, suspeito de estar infectado com raiva humana, uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, com letalidade de aproximadamente 100%. Encefalite é uma inflamação do cérebro, geralmente por causa de uma infecção. A informação é do secretário de Saúde de Mantena, em Minas Gerais,
Ocimar Rufino Pereira.
O paciente mora em uma fazenda que faz divisa territorial com Barra de São Francisco, no Espírito Santo. Segundo o secretário de Saúde de Mantena, a vítima pode ter sido infectada por um bovino, que já foi sacrificado e incinerado. “Estamos trabalhando para imunizar as pessoas que tiveram contato com o paciente e fazer o bloqueio”, disse.
As secretarias de Saúde de Minas Gerais e do Espírito Santo acompanham o caso. Além da propriedade da vítima fazer divisa territorial com Barra de São Francisco, a própria cidade de Mantena faz divisa com o Espírito Santo.
Ocimar Rufino informou que o paciente está em uma UTI de um hospital referência no tratamento de casos de raiva humana, mas não disse qual hospital. Rufino disse ainda, que a população precisa ter calma e acreditar no trabalho das equipes de Saúde.
O caso veio à tona na tarde deste sábado (15), por meio de um vídeo publicado pelo secretário de Saúde de Mantena, nas redes sociais.
A reportagem demandou posicionamento da Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo e de Minas Gerais. Este texto será atualizado se houver retorno.
Como a doença é transmitida?
A raiva é transmitida ao ser humano pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais.
O período de incubação é variável entre as espécies, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no ser humano, podendo ser mais curto em crianças. O período de incubação está relacionado à localização, extensão e profundidade da mordedura, arranhadura, lambedura ou tipo de contato com a saliva do animal infectado; da proximidade da porta de entrada com o cérebro e troncos nervosos; concentração de partículas virais inoculadas e cepa viral.
Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença (período de transmissibilidade). A morte do animal acontece, em média, entre 5 e 7 dias após a apresentação dos sintomas.
Não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do vírus em animais silvestres. Entretanto, sabe-se que os quirópteros (morcegos) podem albergar o vírus por longo período, sem sintomatologia aparente.
Quais são os sintomas?
Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos da raiva, que duram em média de 2 a 10 dias. Nesse período, o paciente apresenta:
- mal-estar geral;
- pequeno aumento de temperatura;
- anorexia;
- cefaleia;
- náuseas;
- dor de garganta;
- entorpecimento;
- irritabilidade;
- inquietude;
- sensação de angústia.
Podem ocorrer linfoadenopatia, hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura, e alterações de comportamento.
Quais são as complicações?
A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais graves e complicadas, como:
- ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes;
- febre;
- delírios;
- espasmos musculares involuntários, generalizados, e/ou convulsões.
Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorreia intensa (“hidrofobia”).
Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. Observa-se, ainda, a presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia e fotofobia.
O paciente costuma se manter consciente, com período de alucinações, até a instalação de quadro comatoso e a evolução para óbito. O período de evolução do quadro clínico, depois de instalados os sinais e sintomas até o óbito, é, em geral, de 2 a 7 dias.
*Com informações da Secretaria de Saúde do estado do Paraná