A Justiça acolheu nesta quarta-feira (18), a denúncia oferecida pelo Ministério Público (MPES), e tornou réu, o ex-prefeito Catuji, em Minas Gerais, Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, acusado de matar a companheira dele, a médica Juliana Pimenta Ruas El-Aouar, de 39 anos, no dia 2 de setembro deste ano, no quarto de um hotel em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. Fuvio seguirá preso preventivamente, por tempo indeterminado. A decisão é da juíza Silvia Fonseca Silva, que no mesmo despacho, mandou soltar o motorista do casal, preso junto com Fuvio no dia do crime, Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos.
A juíza argumenta na decisão em que aceitou a denúncia do MP, que “após as investigações, o Ministério Público, titular da presente ação penal, concluiu que os fatos praticados por Robson se amoldam apenas ao crime de fraude processual” e não de participação no homicídio, como foi apontado pela Polícia Civil. Por essa razão, a juíza determinou a soltura de Robson. “Embora conexo ao crime de homicídio, possui menor potencial ofensivo (o crime de fraude processual)”, argumentou a magistrada.
Relembre o caso
Juliana Pimenta Ruas El-Aouar, de 39 anos, foi encontrada morta na manhã de sábado (2), com hematomas no corpo, em um quarto de hotel onde estava hospedada com o marido, em Colatina. A médica psiquiatra atuava em Teófilo Otoni (MG), cidade de 140 mil habitantes, onde o pai dela o também médico Samir Sagi El-Aouar, foi prefeito e vereador.
Laudo do Médico Legista
A Rede Notícia teve acesso a Declaração de Óbito emitida pelo Serviço Médico Legal (SML) de Colatina, que aponta as causas da morte da médica mineira Juliana Pimenta Ruas El-Aouar, de 39 anos. Segundo o documento, Juliana morreu em decorrência de:
- Hipoxemia: baixa concentração de oxigênio no sangue arterial;
- Asfixia mecânica: impedimento direto da respiração, por oclusão dos orifícios respiratórios externos;
- Broncoaspiração: entrada de substâncias estranhas, tais como alimentos e saliva, na via respiratória;
- Traumatismo cranioencefálico: consiste em lesão física ao tecido cerebral que, temporária ou permanentemente, incapacita a função cerebral
Detalhes do caso
Segundo a Polícia Militar, uma equipe foi acionada para verificar a informação de que teria ocorrido um assassinato em um hotel de Colatina, na manhã do sábado, 2 de setembro. No local, os PMs foram recebidos pelo gerente do hotel que informou que havia uma hóspede em um quarto com o marido, no terceiro andar, e em um quarto ao lado, o motorista do casal. Segundo o gerente, outros hóspedes reclamaram de barulho e bagunça vindos do quarto do casal durante a madrugada. Na manhã deste sábado, o marido da médica apareceu na recepção, alterado, querendo pagar a conta e alegando que a esposa estaria passando mal e teria desmaiado. O Samu/192 foi acionado, e constatou o óbito no local.
Para os policiais militares, o homem contou que a esposa fez um procedimento cirúrgico na sexta-feira (1), e em seguida, jantaram em uma churrascaria, e foram para o hotel dormir, por volta de 20h de sexta-feira (1). Na manhã de sábado (2), segundo a versão dele, a mulher amanheceu desmaiada.
O motorista do casal informou aos policiais, que foi chamado por Fuvio para ir ao quarto onde ele a mulher estavam hospedados, pois a médica havia caído no banheiro e precisava de ajuda. Segundo a PM, como houve informações divergentes, o marido da médica e o motorista do casal foram levados para a Delegacia Regional de Colatina.
Na ocasião, a Polícia Civil informou que Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos foi autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima, cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio). Já o motorista do casal, Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, foi autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima. Ambos foram encaminhados ao sistema prisional.
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