domingo, maio 18, 2025
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Graças a um doador, menino do Córrego da Areia faz segundo transplante de medula óssea

Com apenas 11 anos, Enzo Sperotto Lasaro está em tratamento e em breve, volta para casa. O último transplante só pode ser possível porque um morador da Alemanha teve compatibilidade ao receptor, que teve três leucemias. Alguém que nem sabe da existência do garoto, agora é o responsável por dar vida nova ao menino. Imaginou você também poder contar essa história? Seja um doador de medula, doe sangue. O gesto pode salvar vidas!

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O Enzo, que hoje está com 11 anos, teve a vida salva por duas vezes. O menino fez transplante de medula óssea e contou com um doador de 38 anos e outro de 40. Filho da professora Deltiane Pereira Dantas e Marcos Antonio Lasaro, produtor rural, ambos de 43 anos, o casal mora no Córrego da Areia, interior de Nova Venécia. De acordo com a mãe, daqui um ano, caso o doador se interesse, eles poderão ter o primeiro contato. Imagine na alegria desses pais, poderem conversar com quem ajudou a salvar seu filho?

E se Enzo foi o receptor, aqui em Nova Venécia tem o auxiliar administrativo, o Leonardo Ferreira Santos, 23, morador do bairro Rúbia, que já doou medula óssea para seu irmão, que infelizmente, não resistiu ao câncer. Também, na reportagem tem o autônomo Sérgio de Jesus, 35, morador do Dom José Dalvit, que há três anos é doador de sangue. Aqui na reportagem a história em comum, uns em busca da vida, e outros, ajudando a salvar. Confira!


Dois transplantes de medula óssea, dois doadores

“Após quatro anos de casados, decidimos ter um filho. Fiz exames e engravidei. O pré-natal muito bem acompanhado. Tive meu filho saudável, até ele fazer cinco anos de idade. Até março de 2015, morávamos em Fortaleza, mas decidimos voltar ao Espírito Santo. Com 15 dias que estávamos aqui, ele começou a ter uma pequena dor na perna e depois, febre. O médico pediu alguns exames de sangue, antes da febre, ele já havia perdido dois quilos e estava com falta de apetite. Com o resultado dos exames, o laboratório nos informou que o Enzo estava com leucemia, o proprietário do laboratório havia já ligado para Vitória, no hospital que iria nos receber. Enzo tinha também umas manchinhas avermelhadas na pele, tipo picada de mosquito. Dois dias depois dos resultados dos exames nesse hospital, foi confirmada a leucemia linfoide aguda. Um desespero muito grande. Não sabíamos o tamanho dessa doença. Enzo ficou internado para tratamento quimioterápico no hospital, com bons profissionais, mas com a infraestrutura horrível, deprimente. Nós e ele sofremos muito nesse lugar. Enzo fez procedimentos muito dolorosos, que deveriam ser evitados, se fossem feitos no centro cirúrgico. Com o tratamento, quimioterapias, tudo deu certo e Enzo conseguiu a remissão da doença. Um ano depois, apareceram manchinhas roxas entre o nariz e olho dele. Novos exames apontaram a volta do câncer. A notícia do retorno da doença, para mim, foi mil vezes pior, do que quando descobri pela primeira vez. Agora, a gente conhecia o inimigo. Com nova internação, a equipe médica avisou que Enzo seria encaminhado para São Paulo, logo após conseguir remissão da doença, para um possível transplante de medula óssea. Nesse hospital já havia acontecido alguns problemas sérios, mas o último, me fez tomar a decisão de tirá-lo dali. Deram soro vencido com quimioterapia a ele. Através de uma Ong, conseguimos uma consulta no hospital de Barretos. Lá continuou a quimioterapia para zerar a leucemia e começou a busca por um doador no banco de medula óssea. Após meses, em 2018, foi encontrado um doador, apenas um no mundo capaz de salvar a vida do meu filho. Com o transplante, deu tudo certo, a medula pegou. Quase não teve intercorrências. Mas, através do exame foi visto que o organismo do Enzo ia perdendo aos poucos a medula do doador, os médicos não sabem explicar a razão disso. Só que ele estava bem, os exames também apontavam isso. Em 2020 ele sentiu uma dor em uma parte da cabeça. Os novos exames trouxeram o que a gente tanto temia: a presença dos blastos e o Enzo, novamente com leucemia. Voltamos para Barretos, Enzo foi internado, e os médicos já afirmaram, que seria necessário outro transplante. A busca por outro doador começou. Nesse tempo, meu filho deu sinais que seu corpo não suportava mais tanta medicação. Teve sepse, ficou na UTI intubado, se recuperou e conseguiu pela terceira vez, zerar a leucemia e mais uma vez, teve doador compatível, que pegou coronavírus. Enzo tinha pouco tempo e surgiu um novo doador de 40 anos, da Alemanha e compatível. Enzo se internou para seu segundo transplante, em março deste ano. Com 11 dias, a medula pegou. Estamos em Barretos, e Enzo se recupera a cada dia melhor. No final de setembro ele poderá ir para casa. Somos agradecidos a esse doador e se for da vontade dele, queremos ter contato com ele e dizer que ele salvou a vida do Enzo”
Deltiane Pereira Dantas, mãe do Enzo


Doou medula óssea para o irmão

“Sou doador de medula óssea e tive compatibilidade há 16 anos, quando meu irmão teve leucemia. Fui 100% compatível. Fomos para São Paulo fazer a doação. Correu tudo bem para mim, não senti dor alguma. Eu tinha sete anos e meu irmão, 14. Meu irmão já estava em estado avançado do câncer, e infelizmente ele faleceu dias depois do transplante, não deu certo. Hoje eu sou cadastrado na Ong Voluntários do Bem, desde quando eles fizeram uma palestra na empresa que trabalho. Continuo sendo doador, pois sei da importância de um doador compatível, para quem precisa. Estou pronto para quando precisarem de mim. Ser doador de medula óssea não é algo que vai me fazer falta, mas é uma coisa que faz falta se doar. Quero explicar que, doar a medula óssea, é a mesma coisa que doar sangue, ela se recompõe em seu organismo”
Leonardo Ferreira Santos, 23 anos, auxiliar administrativo


Doador de sangue há três anos

“Sou doador de sangue há três anos. Entendo que, ser doador é um ato de amor ao próximo e pode ser uma gota de esperança para outra pessoa que esteja necessitando do sangue que irá receber. Fiz minha última doação em abril, faço parte da Ong Voluntários do Bem. Para mim, todas as vezes que doou sangue, sinto uma enorme emoção em sabe que estou podendo salvar a vida de alguém. Só quem é doador sabe como é bom esse sentimento, vale a pena!”
Sérgio de Jesus, 35 anos, autônomo

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