sábado, julho 6, 2024
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Justiça nega liberdade a psicóloga presa por matar casal em fuga da polícia em Guriri

Juiz argumenta que "a extrema gravidade concreta dos delitos supostamente praticados, espelhada, principalmente, pelo 'modus operandi', aliada, ainda, à necessidade de se acautelar o meio social, evidenciam que a prisão preventiva é medida que se impõe para a garantia da ordem pública"

A Justiça negou liberdade e converteu em preventiva (por tempo indeterminado), a prisão em flagrante da psicóloga Cristiane Favero Panelli, de 37 anos, que dirigia a Fiat Toro que provocou um acidente com dois mortos durante uma fuga da Polícia Militar, na noite de sábado (7), na rodovia Othovarino Duarte Santos, em Guriri, balneário de São Mateus, no Norte do Espírito Santo. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (9), durante audiência de custódia.

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Na decisão pela manutenção da prisão da psicóloga, o juiz Tiago Favaro Camata argumenta que ‘a prisão preventiva se mostra necessária como medida de garantia da ordem pública’, uma vez que as peças informativas até então disponíveis ‘demonstram a gravidade concreta da ação delituosa, como a prática da autuada em tese de duplo homicídio consumado com dolo eventual, além do crime de lesão corporal em face de outras duas vítimas, mostrando-se relevante pontuar que, embora a Autoridade Policial tenha capitulado a conduta de duplo homicídio há alta probabilidade de configuração da qualificadora do meio que pudesse resultar perigo comum’.

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Suspeita dirigia Fiat Toro e foi presa. Crédito: Leitor / Rede Notícia

“Extrai-se dos autos que os policiais militares acionaram os sinais sonoros e luminosos da viatura, e deram ordem de parada, sendo que, no início do acompanhamento por parte da viatura, a autuada teria, em tese, desacelerado o veículo, dando a entender que pararia, mas, em seguida, acelerou violentamente o veículo pela via, evidenciando que agiu na tentativa de ‘ludibriar’ a guarnição policial. Salta aos olhos que, durante a perseguição, a autuada teria, em tese, forçado ultrapassagens, jogando veículos ao acostamento, sendo que, durante a fuga, teria perdido o controle do veículo e colidido em outros três automóveis, causando a morte do condutor e da passageira de uma motocicleta, além de lesões na condutora e na passageira de um carro, sendo esta uma criança de apenas 5 anos”, descreve a decisão do magistrado.

“Frise-se de igual modo, que os militares noticiaram que a autuada apresentava sinais de embriaguez, tais como odor de álcool no hálito, olhos vermelhos, fala alterada e desordem nas vestes, tendo os Policiais visualizado copos com bebidas alcoólicas derramadas no interior do veículo”, assinada a decisão do juiz Tiago Camata. O magistrado lembra que “os fatos se deram na Rodovia Othovarino Duarte Santos, ou seja, rodovia de altíssima movimentação, que liga a região Central do Município de São Mateus com o ponto turístico da Cidade, qual seja, a Ilha de Guriri”.

“Em que pesem os argumentos apresentados pela defesa, é cediço que ‘[…] possíveis condições pessoais favoráveis ao réu, como ser ele primário e de bons antecedentes, por si sós, não impedem a decretação da prisão preventiva quando demonstrada pelo juiz a sua necessidade”, diz a decisão judicial.

“Desta feita, a extrema gravidade concreta dos delitos supostamente praticados, espelhada, principalmente, pelo ‘modus operandi’, aliada, ainda, à necessidade de se acautelar o meio social, evidenciam que a prisão preventiva é medida que se impõe para a garantia da ordem pública”, finaliza o despacho do juiz Tiago.

O caso

A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) confirmou que a psicóloga Cristiane Fávero Panelli, de 37 anos, segue presa na Penitenciária Regional de São Mateus, após o acidente provocado por ela, que resultou na morte do casal Jeandro Gonçalves dos Santos, de 35 anos, e Vanuza Cruz Jesus, de 29, na noite de sábado (7), na rodovia Othovarino Duarte Santos, em Guriri, balneário de São Mateus, no Norte do Espírito Santo. Os perfis da psicóloga nas redes sociais foram desativados após sua prisão. O casal falecido na tragédia deixou três filhos, todos menores de idade.

Jeandro Gonçalves dos Santos, de 35 anos, e Vanuza Cruz Jesus, de 29, morreram após serem atingidos por um carro dirigido por uma mulher que confessou ter bebido antes de pegar a direção. Crédito: Redes sociais

A Polícia Militar informou que durante patrulhamento por Guriri, em São Mateus, na noite de sábado (7), uma guarnição da PM foi surpreendida por um veículo modelo Fiat Toro, que passou pela equipe em alta velocidade. Diante do fato, foi solicitada parada do veículo, pela guarnição com sinais luminosos e sonoros, mas a ordem foi desobedecida tendo iniciado uma perseguição.

O veículo apenas parou após a condutora perder o controle da direção ao passar por um quebra-molas e colidir com outros dois carros de passeio e uma motocicleta. O condutor da moto e a garupa tiveram o óbito registrado no local do fato. Os nomes deles não foram divulgados.

Segundo a Polícia Civil, a suspeita, de 37 anos, foi conduzida à Delegacia Regional de São Mateus, onde foi autuada em flagrante duas vezes por homicídio, por lesão corporal, lesão corporal qualificada e por conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência. Ela foi encaminhada ao presídio.

Ainda segundo a Polícia Civil, a perícia foi acionada na noite deste sábado (07), por volta das 23h03, para uma ocorrência de colisão com vítima fatal, na Rodovia Othovarino Duarte Santos, em Guriri, São Mateus. Os corpos das vítimas, uma mulher e um homem que estavam na moto, foram  encaminhados para o Serviço Médico Legal (SML) de Linhares, para serem necropsiados e, posteriormente, liberados para os familiares. ,

A reportagem tenta contato com a defesa da psicóloga Cristiane Fávero Panelli.

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