sábado, julho 6, 2024
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Moradores de Nova Venécia cobram nova delegacia, segurança no campo e identificação do cerco eletrônico

A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa realizou na noite dessa quinta-feira (25) audiência pública no município de Nova Venécia, no Noroeste do Espírito Santo. Temas como violência, segurança no campo, identificação do cerco eletrônico nas estradas e construção da nova delegacia regional foram debatidos na reunião conduzida pelo deputado estadual Delegado Danilo Bahiense (PL), presidente do colegiado.

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Nova Venécia, Mucurici, Montanha, Ponto Belo, Pinheiros, São Gabriel da Palha, Vila Pavão, Vila Valério e Boa Esperança foram os municípios alvo da audiência. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), Nova Venécia, de 1º de janeiro até a primeira quinzena de maio, registrou sete homicídios contra dois do mesmo período do ano passado: aumento de 250%. Em São Gabriel da Palha, as ocorrências fatais subiram 75%, passando de quatro homicídios, no ano passado, para sete. Os casos, segundo autoridades, têm relação com crimes de proximidade (quando praticados por parentes e/ou pessoas conhecidas), tráfico de drogas e outras motivações.

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Proponente do evento na região, o deputado estadual Mazinho dos Anjos (PSDB) destacou a necessidade de identificar as câmeras do cerco eletrônico, para evitar possíveis acidentes. “Muitas pessoas confundem o que é radar e o que é cerco eletrônico, o que pode provocar colisões”, afirmou o parlamentar. Segundo informações da Sesp, 12 pessoas morreram em acidentes de trânsito em Nova Venécia, no período de janeiro a abril deste ano, reforçando as preocupações do deputado.

O presidente do Conselho de Segurança de Nova Venécia, Valdinei Fávero, cobrou pela construção da nova Delegacia Regional do município. “Agradecemos a reforma que foi feita da delegacia regional de Nova Venécia, mas nós observamos que a delegacia é um prédio bem antigo. Cobramos e reiteramos que seja trazida, após doação de área pelo município, a nova delegacia. Uma delegacia de qualidade, com estrutura física que atenda bem, o cidadão vai ter maior conforto para procurar a unidade e fazer a denúncia com mais destreza. Isso vai nos ajudar a ter melhores índices da segurança pública”, ponderou Fávero.

O presidente da Câmara de Vereadores de Nova Venécia, Juarez Oliosi (PSB), frisou que o terreno para a unidade da Polícia Civil já foi doado e que o projeto de lei para isso foi aprovado, recentemente, pela casa de leis veneciana. “Clamamos por isso”, reforçou.

O deputado estadual Delegado Danilo Bahiense afirmou que vai batalhar por essa nova construção e destacou que tem havido problemas na Polícia Civil, como redução das escalas por meio de Indenização Suplementar de Escala Operacional (Iseo), em torno de 15% de queda, e que o teleflagrante não tem funcionado adequadamente.

“Só têm dois policiais na delegacia para receber a ocorrência e ouvir o preso. Com dois servidores, quem levará para o presídio? Os nossos policiais civis. Infelizmente, a delegacia tem de ser fechada para levar o detento ao presídio. Precisamos manter quatro ou cinco policiais durante a noite e aos fins de semana”, disse o deputado.

Segurança no campo e nas escolas

O vice-prefeito de Nova Venécia, Dr. Paulo Roberto (Solidariedade), disse que tem se assustado com casos de crimes contra o patrimônio, como furtos de animais. A fala dele foi corroborada pelo vereador do município Damião Bonomette (PSB).

“Durante a Operação Colheita, o número de furtos e roubos aumenta, mas não temos efetivo suficiente nas polícias. Tivemos vários assaltos a mão armada. Espero que essas pessoas tenham registrado boletins de ocorrência, porque é a partir desses registros que conseguimos levar essas cobranças para visualizar a necessidade de segurança. Sabemos o quanto é importante a patrulha rural da PM para a redução dos casos. A população do município aumenta, mas o efetivo cai”, explicou o vereador.

Jefferson César Zampirolli, representante presente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares de Nova Venécia e Vila Pavão, advertiu que as ocorrências no campo acontecem constantemente, não só na época da colheita do café. “Tivemos, recentemente, o furto de equipamentos avaliados em R$ 30 mil. Sabemos o que mais inibe os bandidos é a presença da polícia. Se não mudarmos leis, vamos continuar a mercê dos bandidos”.

Houve também questionamentos sobre a segurança em Vila Valério, conforme reclamações do vereador do município Adilson Geltner (PT). “Durante a colheita, temos uma rotatividade muito grande de pessoas. É uma cidade violenta. Não tem efetivo suficiente. Pedimos aos deputados que leve essa demanda para que traga mais homens, cão farejador, equipamentos, porque a violência tem sido grande”, argumentou.

Moradora de Nova Venécia, a cirurgiã-dentista Elaine Schumacher priorizou que haja segurança nas escolas e ensino de qualidade. “Tenho filho em idade escolar e me preocupo com a segurança. É de conhecimento de todos que temos uma lei e em nome de todos os pais, venho implorar que tudo isso saia do papel. Precisamos evitar ocorrências. Se tivermos escolas de qualidade, vamos evitar muitas pessoas presas. Queremos segurança e que haja bom ensino”, afirmou a cidadã.

Titular da 17ª Delegacia Regional de Nova Venécia, o delegado Douglas Sperandio afirmou que tem havido afinco para combater os crimes contra o patrimônio no campo e pediu auxílio para que as leis sejam mais fortes contra esse tipo de delito. “É importante que a pessoa sinta o peso do Estado. Falando sobre as escolas, nós trouxemos o Papo de Responsa para as unidades de ensino. E fica também o apelo aos pais, que precisam nos ajudar. A família tem um importante papel na segurança, vigiar com quem o filho está conversando”, disse o delegado.

O comandante do 2º Batalhão (Nova Venécia) da Polícia Militar, tenente-coronel Ranieri Moulin dos Reis Bayerl, exemplificou que a corporação tem realizado trabalho de prevenção dos crimes, como violência doméstica e nas escolas. “Também acreditamos que o cerco inteligente precisa ser ampliado. Temos visto que a Operação Colheita tem sido bem-sucedida. O batalhão está aberto à população”, finalizou o oficial militar.

Bahiense considerou a reunião como produtiva e que um relatório será enviado às autoridades, para que as providências sejam tomadas. “Verificamos que as regiões no interior têm demandas semelhantes, como aumento do efetivo policial, melhor vigilância no campo e combate ao crime contra o patrimônio. Vamos alertar as prefeituras, o governo do Estado, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça para que possam nos ajudar no trabalho para melhorar a segurança”, concluiu o deputado.

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