sábado, julho 6, 2024
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Policiais penais omitiram em ocorrência tiro nas costas que matou interno em presídio de Linhares

Lucas Rodrigues Maio, de 30 anos, teve a morte confirmada após o socorro.

Os policiais penais responsáveis por confeccionar o Boletim de Ocorrência sobre o caso do detento morto por disparos de um agente, durante uma tentativa de fuga do interno da Penitenciária Regional de Linhares (PRL), no Norte do Espírito Santo, omitiram no documento o local do corpo onde os disparos atingiram a vítima. Uma investigação jornalística conduzida pela Rede Notícia revelou que pelo menos um dos dois tiros efetuados pelo policial penal Elgisson Bravim Amorim atingiu as costas de Lucas Rodrigues Maio, de 30 anos. O policial penal foi afastado pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) durante a investigação tocada pela Corregedoria da pasta.

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A reportagem teve acesso, com exclusividade, ao Boletim de Ocorrência do caso. No documento, é descrito exatamente como se deu a tentativa de fuga que terminou em morte. Entretanto, os tiros nas costas são omitidos. Lucas foi atingido por dois tiros nas costas, chegou a ser socorrido mas faleceu. O detento estava preso desde 28 de novembro de 2017, sob a proteção do Estado, e respondia à Justiça pelo crime de roubo.

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O secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, informou será aberto um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar todas as circunstâncias do fato. “É atribuição do policial penal atuar pela segurança da unidade e impedir que fugas aconteçam.  O policial está amparado pela excludente do estrito cumprimento do dever legal e pode fazer uso da força, quando necessário. Entretanto, é preciso esclarecer completamente como e o que motivou o disparo. Lamentamos profundamente o desfecho da ocorrência, com um final tão grave e sempre indesejado. A Corregedoria acompanha o caso e o servidor deverá ser afastado das funções durante a apuração em curso até que as conclusões sejam apresentadas”, alega Rafael Pacheco.

Já o diretor-geral da Polícia Penal do Espírito Santo, José Franco Morais Júnior, lamentou a execução do preso e declarou que o trabalho policial envolve o que ele chamou de “decisões delicadas em um curto espaço de tempo”.  Segundo ele, a” decisão de proteger a sociedade evitando a fuga teve um desfecho que não gostaríamos. Os processos necessários para o detalhamento do caso serão instaurados para que haja total lisura e transparência”, disse José Franco.

Segundo a Sejus, o policial penal autor do tiro que matou o interno se apresentou voluntariamente na 16ª Delegacia Regional de Linhares, entregou a arma que estava em sua posse para ser periciada pela Polícia Científica (PCIES) e foi liberado. A Polícia Civil informou que um inquérito será instaurado na Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Linhares.

O Presídio Regional de Linhares informou que presta apoio à família do interno, e que fato foi comunicado aos órgãos que compõem o sistema de justiça.

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