Os três policiais militares que aparecem no vídeo em que mostra o adolescente Carlos Eduardo Rebouças Barros, de 17 anos, sendo executado com tiros à queima-roupa por um dos militares, foram presos em flagrante e estão sendo ouvidos no 13º Batalhão da PM em São Mateus. Eles serão levados para o presídio militar, sediado no Quartel do Comando-Geral da corporação, em Maruípe, Vitória. A previsão é que os PMs suspeitos cheguem durante a madrugada de quinta-feira (2), na Capital.
Segundo o comandante-geral da Polícia Militar capixaba, coronel Douglas Caus, os três PMs devem passar por audiência de custódia nesta quinta-feira (2), que vai definir se prisão em flagrante será convertida em prisão preventiva (por tempo indeterminado). A oitiva dos policiais é acompanhada pelo secretário de Segurança, coronel Alexandre Ramalho, que chegou de helicóptero em São Mateus.
A Rede Notícia teve acesso às imagens de uma câmera de segurança que mostra o momento da execução. Nas imagens, é possível ver que a vítima, que seria um suspeito, aparece sentado, próximo a um muro, com as mãos algemadas para trás. Em seguida, o rapaz, de 17 anos, algemado, levanta e um dos policiais sinaliza para ele sentar. O homem acata a ordem, e acaba assassinado à queima-roupa pelo policial militar. Em seguida, eles arrastam o corpo do suspeito, alterando a cena do crime. Veja:
Em uma outra imagem, é possível ver policiais militares com um homem algemado sendo levado para uma viatura. É possível perceber que toda a ação é truculenta por parte dos policiais militares envolvidos na ocorrência, veja:
O Boletim de Ocorrência confeccionado pelos próprios policiais militares, a que a reportagem teve acesso, fala “morte por confronto com agente de Estado”.
Os PMs alegam que receberam informação de que dois suspeitos supostamente armados, estariam escondidos em um prédio, no bairro São Geraldo, em Pedro Canário.
A alegação dos policiais prossegue, dizendo que “no momento da chegada das equipes, os indivíduos perceberam a presença das viaturas e iniciaram fuga pelo telhado da casa vizinha, desobedecendo diversas ordens de parada pelos policiais”.
Segundo o documento, o adolescente executado teria efetuado quatro disparos em direção a um dos policiais. O militar teria revidado com seis tiros, e que não saberia dizer se o adolescente havia sido atingido. Em seguida, os policiais narram na ocorrência que o adolescente foi contido e ficou próximo do muro, como corrobora as câmeras. Ele estaria “aparentemente desarmado”, narram os PMs na ocorrência.
A ocorrência segue dizendo que um dos policiais ordenou que o adolescente se virasse para revista pessoal, e que o rapaz teria colocado a mão na cintura na tentativa de sacar uma arma de fogo, momento em que o PM teria atirado na direção do jovem.
Mas as câmeras mostram o contrário: o jovem não põe a mão na cintura quando é assassinado pelo policial militar.