Aqui a história é para matar a saudade e relembrar os “velhos tempos”, como diz na gíria por aí! Mas, o assunto também é para a atual geração, que estuda na conceituada aniversariante, que completou Bodas de Outro. Inaugurada no dia 28 de maio de 1973, a EMEF Dr. Adalton Santos completou 50 anos, e hoje traz matriculado 558 alunos, tendo na direção, Edna Chisté, e coordenação, Ivides Aparecida Gomes Silva e Milena Ronchi Leite Barros de Senna.
A unidade, de início, foi intitulada de Escola de Primeiro Grau Nova Venécia, tendo como primeiro diretor, Osvaldo Giacomin. O nome Polivalente realmente, nunca fez parte da intitulação oficial da escola, e sim, Polivalente era um programa implementado pelo Governo Federal, no Espírito Santo, e outros Estados do País. Ainda, na década de 1970, o Polivalente deixa de ser mantido pelo Governo Federal, e passa para regime comum das escolas estaduais, passando a ser Municipal apenas em 2005.
Inauguração em 1973
Na solenidade de inauguração do colégio estiveram presentes o governador do Estado na época, que era Arthur Carlos Gerhardt Santos e o prefeito de Nova Venécia, Antônio Barbosa Sena Junior, mais conhecido como Toninho Barbosa. “O evento aconteceu com diversas autoridades presentes, inclusive, estava lá, o senhor Antônio Moreira, que anos mais tarde, foi eleito deputado Estadual e apresentou o projeto de Lei, que alterou a denominação da instituição para “Escola de Primeiro Grau Dr. Adalton Santos”, publicado no Diário Oficial em 16 de Junho de 1984″, explica o professor e historiador, Rogério Piva.
De acordo com Piva, o novo nome da escola na época surgiu da iniciativa da terceira diretora da escola, a professora Gláucia Barbosa Martins. “Em reunião com o corpo docente da unidade, em fevereiro de 1977, ela indicou, junto ao Conselho Estadual de Educação, para denominar a unidade com o nome do Dr. Adalton Santos, que foi seu professor na Escola Veneciano. Ele também lecionou no Colégio Estadual”, narra.
Rogério Piva lembra que, um ano antes da inauguração da unidade, no final de 1972, os últimos serviços da obra foram executados, para que unidade pudesse iniciar o primeiro ano letivo, em abril de 1973. “A arquitetura da escola, na verdade, é um estilo importado dos EUA, devido ao acordo entre o Ministério da Educação (MEC) e a Universidade de San Diego (Califórnia), na época. Pode-se observar a inclinação acentuada do telhado da unidade, o modelo veio de lá, feito para suportar neve”, explica Piva.
Doutor Adalton Santos, um professor e juiz de Direito
Nascido no dia 16 de junho de 1919, no norte do Rio de Janeiro, criado em Castelo, no Sul do Estado, Adalton Santos nasceu no seio de uma família muito humilde, de origem afro-brasileira. Foi criado pelos avós: Manoel Romão, que era braçal e pela Dona Maria Quintina, lavadeira.
Antes de ser Juiz, o rapaz lá do Sul do Estado, entre os serviços já exercidos, ele foi pintor de paredes, e também zelador de escola. Adalton Santos ainda foi professor de Português, Inglês, Francês e Literatura em várias unidades escolares, entre elas a Escola Normal e Ginásio Veneciano, no período em que aqui viveu em Nova Venécia, entre os anos 1960 a 1964.
Em 1953, ele foi diplomado no curso de Ciências Jurídicas e Sociais da antiga Faculdade de Direito do Estado do Espírito Santo (que hoje integra a UFES). Advogou em Aimorés, Minas Gerais, e comarcas vizinhas. Na cidade mineira de Mutum foi promotor de Justiça. Em 1958 tornou-se magistrado, sendo considerado o primeiro Juiz de Direito negro do Espírito Santo.
Dr Adalton Santos atuou como juiz de Direito nas comarcas de Mucurici, Nova Venécia, Itaguaçu, Castelo, Barra de São Francisco, Afonso Cláudio, Alegre e Vila Velha.
Ele casou-se com dona Domícia Daniel de Lima, e do casamento nasceram os filhos: Adalton Santos Filho, Ronaldo Santos, César Augusto, Samuel Fernando, Renato, Heloísa e Jussara.
*Contribuição dos professores e historiadores: Izabel Maria da Penha Piva e Rogério Frigério Piva.