Uma variante do coronavírus encontrada na Inglaterra foi identificada em 27 pacientes que moram em Vila Pavão.
A secretaria de Saúde do município afirma que essa variante do coronavírus é considerada mais contagiosa e letal.
Conforme a secretária Elaine Trancoso, os casos foram revelados por um estudo do Laboratório Central do Espírito Santo (LACEN), com base nas amostras coletadas dos doentes. Isso significa que a nova variante circula no município já há algum tempo.
Segundo a enfermeira Letícia Piana, a idade dos 27 pacientes infectados varia de 04 meses a 62 anos, sendo 16 com menos de 40 anos. Foram 12 casos em fevereiro e 15 em março. “Todos os infectados com a nova variante estão curados, porém, três deles tiveram que ser internados em hospital de referência. O último paciente com a nova variante teve cura clínica no dia de ontem”, afirmou a enfermeira.
Saiba mais sobre a variante Inglesa do coronavírus
O vírus SARS-CoV-2, assim como outros vírus, sofre mutações esperadas e para avaliar a caracterização genômica, uma amostragem das amostras confirmadas são enviadas para sequenciamento genômico.
Desde a caracterização genômica inicial do SARS-CoV-2, este vírus foi dividido em diferentes grupos genéticos ou clados. Quando ocorrem algumas mutações específicas, estas podem estabelecer uma nova linhagem (ou grupo genético) do vírus em circulação. Também é comum ocorrer vários processos de microevolução e pressões de seleção do vírus, podendo haver algumas mutações adicionais e, em função disso, gerar diferenças dentro daquela linhagem (OMS, 2021). Quando isso acontece, caracteriza-se como uma nova variante daquele vírus e, quando as mutações ocasionam alterações relevantes clínicoepidemiológicas, como maior gravidade e maior potencial de infectividade, essa variante é classificada como
VOC, em inglês, variant of concern, em português traduzido para variante de atenção.
Mesmo que a maioria das mutações emergentes não tenha impacto significativo na disseminação do vírus, algumas mutações ou combinações de mutações podem fornecer ao vírus uma vantagem seletiva, como maior transmissibilidade ou capacidade de evadir a resposta imune do hospedeiro (ECDC, 2021).
Estas variantes de atenção (VOC) são consideradas preocupantes devido às mutações que podem conduzir ao aumento da transmissibilidade e ao agravamento da situação epidemiológica nas áreas onde forem identificadas (ECDC, 2021). Desta forma, a vigilância de síndromes respiratórias, com especial atenção para a vigilância genômica, é importante para a saúde pública no enfrentamento da covid-19.