sábado, julho 6, 2024
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Veneciana fala como é conviver com preconceito: “É como se a gente fosse invisível”

Usuária de moletas, mulher pede mais empatia por parte  da população

Uma veneciana procurou a reportagem de A Notícia, para relatar sobre as dificuldades encontradas na rotina de uma pessoa deficiente física. Preferindo não se identificar, Ana (nome fictício), afirma que, pessoas como ela são esquecidas na sociedade. “É como se fossemos invisíveis, o preconceito é grande, nada é feito pensando na gente. O que quero abordar aqui é que, é preciso uma visão melhor da população com a gente, pois é muito desrespeito de todas as partes. Eu estava na rua um dia, e uma criança me chutou, o pai estava ao lado, viu e, nada falou”, conta.

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Ana relata que, as dificuldades sofridas são grandes e que o dia a dia, não é nada fácil, para quem necessita de políticas públicas voltadas para quem possui dificuldade em se locomover. “Como temos preferência em filas, ainda precisamos ouvir comentários maldosos de gente que não aceita que, temos este direito. É um absurdo. Para chegar a uma agência bancária ou para resolver alguma coisa no comércio, eu utilizo um carro de aplicativo ou vou de ônibus, e os desafios já começam por aí. Não são todos, mas, muitos funcionários da empresa de transporte público, não estão nem aí com a gente, sem contar que não têm a menor paciência. Eles precisam ver que, não é fácil e nem cômodo para nós, ter que utilizar um transporte, que não foi estruturado pensando na gente também”, narra.

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Usuária de muletas, Ana preferiu não relatar há quanto tempo perdeu a mobilidade. “Eu faço tudo para mim, não tenho ninguém que faça algo. Moro sozinha. Porém, parem para pensar o que é fazer todas as tarefas sozinha do dia, e ainda, ter que conviver em uma sociedade em que, nada foi feito pensando em um deficiente físico?”, argumenta.

Além dos problemas citados, Ana pontua a questão da acessibilidade. “São poucas rampas e locais com acesso para deficiente físico neste município e, onde tem, sempre há veículos estacionados. Um exemplo disso é na Caixa Econômica. Ali tem uma rampa, mas, sempre tem um carro ou uma moto estacionada na passagem. Também, nas vagas de deficiente, geralmente, o veículo estacionado no local, raramente é de um cadeirante, ou de uma pessoa que use muletas, ou de alguém que não tenha mobilidade. É sempre assim, as estruturas da cidade não foram feitas pensando na gente, e ainda, a sociedade não nos enxerga, nos anula. Sei que, melhorar não vai, mas pelo menos, peço para que as pessoas mudem um pouco a visão e passe a nos enxergar, passe a se colocar em nosso lugar, pois viver em um local onde nada foi feito pensando em um deficiente físico, é muito sofrido. Peço mais empatia nos transportes coletivos, nas filas, tem até atendentes que fazem pouco caso da gente”, finaliza.

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